
O Ministério Público Eleitoral voltou a pedir, nesta quarta-feira, 5, a inelegibilidade do coach e ex-candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. O pedido foi apresentado nas alegações finais do órgão na ação que investiga a existência de uma rede de seguidores remunerada para fazer os conteúdos do influenciador viralizarem na internet durante a campanha. Esse é um dos vários enroscos que o ex-candidato tem na Justiça por conta da sua conturbada participação na eleição do ano passado.
O Promotor Eleitoral que cuida do caso, Fabiano Augusti Petean, disse que Marçal confessou o ilícito de que é acusado. “O investigado confessou os fatos, qualificando-os como infrações mais brandas. Discordamos. As infrações mais brandas poderiam ter ocorrido se o investigado tivesse sido transparente com suas contas e demonstrasse o fluxo de recursos utilizados para os fatos confessados o que não fez”, diz ele na manifestação apresentada nesta quarta.
Petean também argumentou que o abuso de poder econômico é “nítido” e pediu que Marçal seja condenado à inelegibilidade. “A roupagem jurídica alegada pelo investigado não prospera nos autos e aguardamos que seja afastada pelo Magistrado para o acolhimento do pedido inicial, diante do nítido abuso do poder econômico gerado pelo investigado nas eleições de 2024. Ante o exposto, e pelo mais que consta dos autos, requer-se a procedência do pedido inicial para o reconhecimento do abuso do poder econômico e para a aplicação da inelegibilidade em face dos fatos, nos termos legais.”
O caso deve ser sentenciado nos próximos dias. Essa é uma das ações a que Marçal que responde que podem minar seus planos de continuar na política. A Lei da Ficha Limpa estabelece período de 8 anos de inelegibilidade para quem for condenado por órgão colegiado.
Marçal é investigado por conta do laudo falso que divulgou contra Guilherme Boulos (PSOL) na véspera do primeiro turno e também por suposta lavagem de dinheiro na campanha presidencial de 2022, quando também tentou sair candidato. A esses casos, ainda se misturam representações, pedidos de resposta e indenizações que, juntas, totalizam mais de duzentas ações judiciais contra o coach.
Recentemente, depois de o cantor sertanejo Gusttavo Lima dizer que quer se candidatar à presidência do Brasil em 2026, Marçal também externou a sua intenção de se lançar ao cargo. Ele foi para os EUA acompanhar a posse do republicano Donald Trump e chegou a dizer que esteve ao lado do presidente, mas a foto divulgada por Marçal era de outro ano.